domingo, 17 de julho de 2011

Carrapatinho, Tigrinho, etc...

Eu optei por utilizar a forração original que não existe mais. Esta forração tem nome diferente de acordo com a região: carrapatinho, tigrinho, etc... Como podemos ver nas fotos abaixo a diferença entre a original e a encontrada atualmente é gritante. O material atual é bem mais simples, não segue a tonalidade original e nem possue o "rajado" característico.
Mas onde encontrar a forração original??? Isto é trabalho de busca, principalmente em ferro velhos onde existem possíveis doadores, os bons e velhos VW Sedans ou Fuscas. Eu já possuia alguns pedaços que havia obtido para a restauração de um VW Sedan 1970 segunda série, vermelho cereja, que após restaurado foi vendido ao meu amigo Irê. Com o projeto KG1971 em andamento comecei novas buscas. Na terça-feira visitei o Ferro Velho do Pimenta, que ainda possui alguns VW´s e obtive um pedaço que vai no encosto do banco traseiro do Fusca. Custou R$ 20,00. Neste mesmo dia chegaram a me pedir a "módica" quantia de R$ 100,00 pelo mesmo pedaço que não chega a 0,5m². A pessoa em questão alegou que "um tal de Midas, que inventou a internet, disse que ele poderia vender este pedaço por muito mais no ML, pois tudo que é vendido na internet vale ouro", rsrsrsrs. Ironias a parte infelizmente é este o pensamento corrente por aqui, de que quem mexe com carros antigos tem dinheiro sobrando e paga o que se pedir por um parafuso enferrujado. Em parte muitos de nós somos os culpados por isto, mas isto é estória para outra garrafa de vinho. Na sexta-feira voltando de um cliente, resolvi passar em outro ferro velho que nunca havia visitado. Haviam aproximadamente 07 Fuscas e para minha alegria encontrei dois com os chiqueirinhos completos: encosto do banco, chiqueirinho, caixas de roda e mais o pedaço que liga o chiqueirinho ao encosto do banco. Por tudo isto, vindo de dois "doadores", eu paguei a "enorme" quantia de R$ 35,00. Pois é, já estou pensando em seguir o conselho deste tal de Midas e vender nesta tal de internet... Na sexta-feira a noite coloquei todos os "órgãos" doados de molho em Omo para remover os 40 anos de poeira e terra que estavam encracados. No outro dia o resultado foi o seguinte:
Após o molho, todo o material foi esfregado com escovão e mais Omo (merchandising) e depois removido com lavadora de alta pressão.
Secagem ao sol e material praticamente novo:
Agora com um bom trabalho de tapeceiro, o material será recortado e emendado nas medidas corretas para revestir: caixas de roda frontais, frente dos pedais e pés do passageiro, túnel e caixas de ar. É só estas partes que usam o carrapatinho no KG, ao contrário do que muitos "achistas" dizem. A parte vertical do banco traseiro, laterais do banco traseiro e todo o chiqueirinho do KG é revestido com carpet do tipo bouclet ou buclê (faltei na aula de francês neste dia). Esta informação foi obtida através do exame detalhado e documentado do KG 1970 original que tive a oportunidade de conhecer.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Recuperação de peças - 10/07/2011

Motor do limpador de parabrisas:

O motor original de 01 velocidade foi trocado por um de 02 velocidades. Esta adaptação (palavra politicamente correta neste caso para definir gambiarra) foi realizada por um dos proprietários anteriores que fez uma série de "adaptações" tais como: fechaduras do Corsa, bancos do Chevette, cintos de segurança do Tempra e por aí vai. Pois é, os engenheiros da VW (do Brasil e da Alemanha) deveriam ser bem ruinzinhos e o carro precisava destas "evoluções" promovidas por este "engenheiro de plantão". Mais adiante, após todo o mecanismo ter sido recuperado, vou postar as fotos da gambiarra. Após conseguir no ferro-velho um motor original VW de 01 velocidade, que era fabricado pela Dyna (a mesma das palhetas), desmontei o mesmo para proceder sua recuperação. As engrenagens estavam em perfeito estado. O mesmo foi lavado com querosene para eliminar a graxa velha. A chapa de cobre que controla o acionamento estava quebrada. Daí entra em ação o conhecimento obtido nas aulas de elétrica/eletrônica do Marista para recuperar o mesmo. Este motor já havia sido aberto para troca dos carvões e colocaram graxa até  dizer chega. Será que os "mexânicos" de plantão não entendem que o que vale é colocar no lugar certo e na quantidade certa e não por tudo e sem critério?

Olhem o motor e não a "máquina". rsrsrsrs


 E o filtro de ar:





Recuperação de peças - 03/07/2011

Uma etapa que vai consumir bastante tempo é a recuperação dos frisos. Infelizmente muitos deles estão com riscos que danificaram a camada de anodização e conferem um aspecto bastante feio. Não seria uma boa combinação um veículo com pintura e interior bem executados e os frisos desmerecendo este trabalho. Resolvi tentar um processo de recuperação fruto de pesquisas na internet em diversos sites nacionais e estrangeiros e mais algumas idéias que tive. O processo é o seguinte: lixar o friso para remoção da anodização com lixas 220 e 320. Mesmo com esta gramatura é um processo moroso e cansativo. Além de eliminar a anodização, muitos riscos também são eliminados e os mais profundos são minimizados. Os frisos ficarão com riscos das lixas. Aplicar lixas 400, 600 e 1.200 para eliminar os riscos das lixas de gramaturas maiores. Após este processo de lixamento, eu passo ao processo de polimento com um disco de algodão, instalado em um antigo esmeril, e massa de polir sólida branca. Esta massa é utilizada em polimento de metais e jóias. Caso o processo de polimento fosse manual com massa de polir automotiva branca, eu recomendaria após a lixa 1.200, a de número 2.000.
Este polimento com o disco de algodão (é formado por vários pedaços de tecidos costurados) deixa o friso com um brilho de cromado e reduz o esforço nesta etapa final. Para arrematar eu faço um polimento rápido com um pedaço de algodão e massa de polir automotiva branca. É claro que a remoção da anodização implica em um cuidado maior para conservar o brilho dos frisos, mas um veículo antigo é sempre mantido limpo e brilhando, então isto não será problema. O aspecto final compensa o trabalho.
Existe outro processo que é indicado para remoção da anodização que é um banho em Hidróxido de Sódio (NaOH), a popular soda caústica. As aulas de química no Marista com o Franciquez vão me ser úteis agora rsrsrs. Isto pode eliminar o uso e esforço com as lixas de gramaturas maiores (220/320) e reduzir o tempo de recuperação. Devo experimentar no próximo final de semana. Como a soda caústica é corrosiva (ela é uma base e não ácido), a sua manipulação requer o uso de EPI´s (máscara, óculos de proteção e luvas).

resultado com polimento com disco de algodão em esmeril:

resultado com polimento manual e polidor automotivo:

Conforme visto acima, o polimento manual já introduz um ganho significativo ao resultado final. Com disco de algodão e esmeril o resultado é muito melhor.



Só falta polir - 30/06/2011

Os trabalhos de pintura foram finalmente concluídos com o términos dos trabalhos no cofre do motor, bagageiro dianteiro e compartimento dos passageiros. Agora o veículo aguarda o polimento que deve ser realizado nesta semana para que sejam iniciados os trabalhos de montagem. FINALMENTE!!!
Este primeiro polimento se faz necessário nesta etapa pois depois de frisos e logotipos instalados, o polimento com máquina fica inviabilizado. Após a montagem, será feito um polimento final com produtos para manutenção do brilho e conservação da pintura.

Recuperação de peças - 26/06/2011

Dando continuidade a recuperação da peças que eu mesmo estou fazendo nos finais de semana, seguem fotos dos mecanismos das portas. O estado das peças era bom, mas com um acúmulo de 40 anos de graxa e terra que comprometia o bom funcionamento do mecanismo. As peças foram lavadas com gasolina e querosene para remoção total da graxa velha e a partir disto limpas com escova elétrica para remoção de oxidação e depois tratadas. É um trabalho que infelizmente não encontramos mais profissionais para realizar, pois nas oficinais tradicionais o negócio é produção, montar o carro e mandar para a frente. Quem vai se preocupar em tirar graxa velha de uma máquina de vidro que vai ficar escondida dentro de uma porta? Quando encontramos alguém que se dispõe a fazer, o valor por dia de serviço é maior do que um professor universitário com PhD. É claro que minha hora técnica não tem um valor baixo, mas enquanto alguns pagam para realizar atividades para diminuir o stress e esquecer os problemas do dia a dia, eu dou vida nova as peças. Com certeza é bem melhor trabalhar com uma peça limpa e com aspecto de nova durante a montagem do carro, do que pegar uma cheia de graxa e enferrujada.


Recuperação da peças - 19/06/2011

As peças de chapa, principalmente do motor, foram encaminhadas para o jato de areia e protegidas com Wash Primer. Estou aproveitando para ensaiar os primeiros passos com pintura em pistola. É claro que não tenho a pretensão de pintar nenhum veículo, mas pelo menos executar pequenos trabalhos em peças avulsas.


A seguir foi executada a pintura com tinta preta semi-brilho (realizada por um profissional) para manter o padrão original VW. Esta tinta semi-brilho foi obtida com a mistura de 02 partes de Preto Cadilac e 01 parte de Preto Fosco. A tinta utilizada foi a base de Nitro Celulose, a popular Duco, que é a mais fácil para obter a formulação desejada. Hoje em dia está comum a adoção da pintura eletrostática (a pó) para as chapas do motor. Com certeza é uma pintura extremamente resistente mas não permite a correção nas peças, para eliminar mossas e defeitos, com massa poliéster, apenas com metal (estanho por exemplo. Mas onde vamos encontrar um profissional que trabalhe com estanho???). Isto se deve a característica deste processo de pintura que é a deposição de particulas de tinta com uma carga, em uma superfície metálica, que esta carregada com uma carga oposta. Como a massa é um material não condutor, as particulas de pó não são atraídas pela mesma. Outro problema que vejo é que a pintura pelo processo eletrostático não remete a lembrança da pintura das peças originais.



Pneus

Graças a ajuda do amigo Cláudio, de Porto Alegre-RS, adquiri os pneus Firestone Campeão Supremo 5.60-15, pois os que vieram com o veículo são uma salada entre radiais e diagonais, totalmente fora dos padrões. Apenas o estepe está na medida correta.
Aproveitei a oportunidade e comprei também para reposição dos pneus de meu Sedan 1968 que apesar de estarem praticamente novos na questão desgaste, estão ressecados e com pequenas rachaduras. Na semana passada (07/07) adquiri as câmaras de ar. Por incrível que pareça é um material em extinção, você encontra apenas chinesas (embalagem nacional mas material importado) nas lojas aqui da cidade. Conversei com o pessoal da revenda Firestone (JK Pneus) aqui da cidade e conseguiram originais Firestone fabricadas pela Tortuga. São câmaras NOS (New Old Stock). Comparamos na loja com a chinesa e a nacional possue a parede mais espessa e consequentemente mais pesada (mais borracha). Temos que valorizar a nossa indústria. Temos muita coisa boa por aqui e com qualidade.


Emborrachamento - 27/05/2011

Neste dia, finalmente os trabalhos retomaram força. Foi realizado o emborrachamento das caixas de roda no mesmo padrão original.

Após a secagem do emborrachamento as caixas foram pintadas.